Eles podem ser poderosos aliados, mas também causadores de problemas. Quem nunca se incomodou ao ver alguns cabelos brancos, uma pequena ruga, uma pele a mais no canto do rosto?

Pois é, mas essa não é uma realidade que vem apenas com o passar dos anos. Na verdade, se você parar para pensar, desde a adolescência nos julgamos por qualquer imperfeição refletida por ali.

Aí fica a questão, será que exigimos demais de nós mesmas em frente ao espelho, mas mesmo assim passamos tempo demais na frente dele? Hoje vamos refletir um pouco sobre os espelhos, a autoimagem e cobranças aqui.

O que nos dizem sobre a autoimagem

O espelho é a metáfora perfeita para dizer a forma como nos vemos. E existem muitos estudos e opiniões de especialistas que mostram um pouco como funciona a questão da autoimagem.

Por exemplo, a emissora americana NBC realizou um estudo com mais de 2200 pessoas no qual descobriu o seguinte: em média, uma mulher dedica 55 minutos do seu dia à sua aparência. Ou seja, daria para dizer que são mais de duas semanas inteiras na frente do espelho.

Outro ponto interessante é que, segundo a Mirror/Mirror: AARP Survey 2019 sobre beleza, idade e mídia; a beleza é importante para as mulheres e sua importância não diminui com a idade, pelo contrário.

“Não vou negar que uma das coisas que mais me faz feliz é cuidar de mim e me sentir bem fisicamente, seja em relação à saúde ou aparência”, conta a especialista em autoconhecimento e youtuber Fê Neute. “O contraponto é que a preocupação excessiva com a aparência pode gerar uma sensação de inadequação, ansiedade, depressão e até distúrbios alimentares”.

A vantagem do desapego

Diante de todas essas informações, acaba ficando difícil não repensar a nossa relação com os espelhos. Afinal, o que estamos vendo refletido ali pede um pouco mais de interpretação.

Já percebeu que quando olhamos demais para uma mesma coisa começamos a perceber defeitos nela? Um sofá na sala, uma tinta de parede, uma grade na janela… Detalhes irrelevantes ganham proporções desnecessárias.

Bom, com a nossa imagem não é diferente. Ainda mais quando percebemos a quantidade de tempo que passamos nos vendo.

Desapegar um pouco torna a vida muito mais suave. A ideia é tentar passar menos tempo se julgando. Até porque, com uma quantidade menor de autocrítica podemos ter mais confiança.

“Quantas vezes você não recebeu um elogio e em vez de dizer ‘obrigada’, achou uma maneira de ressaltar algum defeito?”, questiona Fê Neute. Diante da nossa obsessão com o imperfeito, perdemos a capacidade de aproveitar o que há de bom.

Isso significa que não precisamos nos cuidar?

Se sentir bem é essencial e a perfeição está no equilíbrio. É muito difícil atingir um nível bacana de bem-estar quando a pessoa não se cuida, assim como também há uma dificuldade tremenda em alcançar uma boa qualidade de vida para quem se cobra demais.

Ou seja, talvez controlar os impulsos e marcar o tempo de frente para o espelho não seja má ideia. Bote uma meta de 25 minutos e não a ultrapasse, por exemplo. Isso já pode ser o suficiente para reduzir os níveis de estresse e ansiedade.

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